Brasileiros unem esforços para construir vila para viver juntos na velhice

 
Brasileiros unem esforços para construir vila para viver juntos na velhice

11/04/2024



Um grupo de mais de 25 pessoas, composto em sua maioria por idosos, quer recomeçar a vida em uma área verde no interior de São Paulo.

 

 

 

Um de seus principais objetivos é viver em comunidade para fugir da solidão, um dos problema que muitas pessoas enfrentam com o avançar da idade.

 

 

“Cada vez mais que você vai envelhecendo, a tendência acaba sendo ficar mais isolado”, diz um dos responsáveis pela criação do projeto, o economista Norival de Oliveira, de 60 anos, à BBC News Brasil.

 

 

“Esse tipo de comunidade tem justamente o objetivo de trazer mais convivência social e não permitir que os idosos sejam deixados de lado.”

 

 

Junto com o companheiro, o arquiteto Ricardo Pessoa, de 62 anos, Norival queria alguma forma de fazer com que o envelhecimento fosse menos solitário. Os dois buscaram alguns conceitos já adotados em outros países e se encantaram por aquilo que é conhecido como cohousing. É um estilo de vida em comunidade na qual as pessoas têm suas próprias casas, mas compartilham vários espaços coletivos.

 

 

 

 

O conceito surgiu na década de 1970 na Dinamarca e passou a ser adotado em outras partes do mundo.

 

 

Essas comunidades costumam ser formadas por grupos que têm algum tipo de afinidade, como, por exemplo, pessoas que têm em comum o desejo de viverem juntas na velhice.

 

 

Os benefícios da companhia durante a velhice

 

 

O conceito de moradias como o cohousing é defendido por especialistas como uma forma de favorecer a saúde mental dos idosos.

 

 

O principal fator para que essas comunidades sejam benéficas é que elas costumam ajudar a evitar a solidão, que atinge muitos idosos enquanto filhos ou netos seguem suas vidas para longe deles.

 

 

A solidão, segundo os estudos, não prejudica apenas o bem-estar emocional dos idosos, mas também tem características de problema de saúde pública, porque aumenta os riscos de doenças mentais ou outros problemas de saúde.

 

 

Pesquisas recentes apontaram, por exemplo, que a solidão pode causar alterações no cérebro que favorecem o surgimento de doenças degenerativas, como Parkinson, Alzheimer, e outros tipos de demência.

 

 

Estudos anteriores já indicavam maior risco de perda cognitiva leve e desenvolvimento de demência entre idosos solitários.

 

 

Essa falta de interações sociais pode prejudicar a memória, a capacidade de atenção prolongada e a flexibilidade cognitiva, além de aumentar o risco de depressão, ansiedade e estresse crônico.

 

 

Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais disseram ter recebido o diagnóstico de depressão no país.

 

 

A faixa etária proporcionalmente mais afetada é a dos idosos com 60 a 64 anos, com 13,2%. Os de 65 a 74 anos aparecem com 11,8%. E, por último, os de 75 ou mais, 10,2%.

 

 

Um estudo publicado no ano passado mostrou que a depressão é quatro vezes mais comum entre idosos que dizem que se sentem sempre sozinhos.

 

 

A cohousing brasileira

 

Em 2019, Norival e Ricardo falaram com amigos sobre a criação de uma comunidade com outras pessoas na mesma faixa etária e depois abriram para o público em geral com o requisito de ter mais de 50 anos e querer viver em comunidade. 

 

 

 

As casas ficarão próximas, cerca de 15 metros de porta a porta uma da outra, para facilitar a interação entre os moradores.

 

 

Todas as casas seguirão um mesmo estilo arquitetônico, e há projetos de três tamanhos: 89 m², 98 m² e 110 m².

 

 

Uma área coletiva, que ficará a 200 metros de distância das casas na borda do terreno, terá um refeitório, com varanda e cozinha; uma sala para atividades artísticas (música e dança principalmente); um ateliê de artesanato; bar e churrasqueira.

 

 

A comunidade terá ainda piscina, sala de ginástica ou outras atividades físicas, lavanderia coletiva, uma pequena praça, hortas e pomares.

 

 

Cerca de um terço do terreno tem uma área verde permanente

 

 

Os idealizadores do projeto calculam que o custo total pode ultrapassar os R$ 500 mil, um valor que pode tornar a ideia inviável para muitos brasileiros aposentados. Por outro lado, quem consegue fazer isso considera que é um investimento para ter uma velhice saudável, diz Norival.

 

Com informação da BBC News

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